“Agora minha vida vai ser antes do coronavírus e depois. A doença mudou todos os nossos planos. Nunca imaginamos que atingiria dessa forma nossa família”.
Maria Carolina de Silva Novaes, de 39 anos, vai se lembrar da pandemia como um período sombrio.
Depois de perder o irmão, Luiz Fagner Dias Novaes, de 31 anos, em 12 de abril; e a mãe, Alzira da Silva Novaes, de 59 anos, em 27 do mesmo mês, ambos por coronavírus; agora, ela se despede do pai. O despachante municipal Silvio Dias Novaes, de 60 anos, teve um infarto e veio a óbito na sexta-feira (17).
A família, de Cubatão, litoral paulista, contraiu o vírus depois de se revezar para acompanhar o pai em um hospital, enquanto se recuperava do AVC. Mesmo em casa, o pai estava sem movimentos e sofria com a depressão, decorrente do luto.
“Por fora ele parecia estar bem, mas chorava todas as noites pela situação e pela ausência da minha mãe e irmão. Nesta sexta, por volta de 11h05, ele mandou para todos um vídeo da minha mãe cantando na igreja, e uns 15 minutos depois passou mal e morreu. Estamos arrasadas. Não sei como a vida pode ter sido tão injusta com a gente”, desabafa.
Ela e a irmã se dedicavam totalmente ao pai. Segundo divulgou o G1, elas precisaram vender pertences e criar campanhas de arrecadação para ajudá-lo no tratamento.
“Ele parecia estar melhorando, com a fisioterapia já estava mexendo os braços e ficando em pé com auxílio. Recentemente descobrimos que meu pai também já havia tido o vírus, por meio de um teste rápido que ele fez. Então o médico nos informou que na época do AVC, a Covid-19 pode ter contribuído também para que meu tenha pai tido tantas sequelas”, diz a filha.
“Temos que prosseguir, mas minha vida nunca mais foi a mesma. Eu era uma pessoa alegre e descolada, e depois de tudo isso vivo no automático, não tenho gosto para nada. Não consigo ver luz no fim do túnel”.
Com informações do G1.