Perto de completar um ano das enchentes e deslizamentos que mataram 18 pessoas durante as chuvas que atingiram Franco da Rocha, muitas famílias desabrigadas e desalojadas à época ainda esperam por moradias definitivas.
A população da cidade sofreu com inundações e deslocamentos de terras entre os dias 29 e 30 de janeiro de 2022.
A prefeitura de Franco da Rocha não informou quantas pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas por causa das chuvas do ano passado.
Atualmente, segundo a administração pública, 500 famílias pediram isenção do pagamento de impostos municipais por causa dos prejuízos que tiveram.
A prefeitura da cidade informou que a obra para conter novos deslizamentos, por exemplo, ficará pronta somente em abril, após o período de novas chuvas.
“Acredito que foi uma atitude correta, não podia esperar para ver o que fosse acontecer, mas de lá pra cá já se passou um ano e a gente não consegue voltar pra casa”, falou o barbeiro João Paulo de Oliveira, que foi obrigado a deixar o prédio onde morava em Franco da Rocha.
O edifício, onde moravam outras 15 famílias, foi interditado pela Defesa Civil depois que a chuva atingiu a cidade em 2022. Uma erosão apareceu nos fundos do condomínio colocando em risco toda a estrutura do local.
Desde então os moradores passaram a receber auxílio aluguel da Caixa Econômica Federal. Segundo o banco, o prédio só será liberado após nova vistoria da Defesa Civil, que garanta que o local não ofereça mais riscos.
O cenário de destruição causado pelas chuvas do ano passado ainda persiste em Franco da Rocha. São montes de terra e entulho perto dos barrancos que deslizaram na cidade, deixando mortos.
Para a prevenção de novos deslizamentos, a prefeitura investiu R$ 8 milhões em uma obra de contenção na rua São Carlos, no Parque Paulista, em parceria com a Defesa Civil Estadual. E outras 12 obras de contenção, estimadas em R$ 6 milhões, que serão realizadas em parceria com o governo federal.
“A única coisa que eu consegui salvar foi algumas roupas, a televisão e os documentos, mais nada. O resto tudo caiu”, disse o árbitro de futebol José Paulo de Lima, que sobreviveu a um dos deslizamentos de terra que derrubaram diversos imóveis. Atualmente ele recebe um auxílio moradia da prefeitura.