Um grupo criminoso que mora próximo da estação de Francisco Morato da Linha 7-Rubi da CPTM, segue desde o início do ano atacando funcionários da empresa na região, em especial os seguranças da empresa terceirizada contratada. Assaltos, ameaças de morte e agressões vem se tornando rotina na região.
Sem um motivo oficialmente declarado, é de conhecimento tanto da companhia, como da Prefeitura de Francisco Morato que o fechamento de uma PN (Passagem em Nível) perto da antiga estação provisória foi a causa que “motivou” os marginais a agir contra os trabalhadores da empresa na região.
O ultimo caso aconteceu em 19 de abril, semana passada durante a madrugada. Na ocasião, oito homens armados, um deles com uma metralhadora, renderam dois vigilantes da empresa contratada e um porteiro (funcionário da CPTM) para roubar fios de cobre e os objetos pessoais das vítimas. Os criminosos amarraram, amordaçaram e bateram nos trabalhadores durante o roubo.
Em outras “oportunidades” os bandidos roubam celulares, fazem ameaças e tentam intimidar, além de chegarem ao ponto de tentar descarrilar um trem na região.
No episódio do trem, também durante a noite, um dormente foi colocado nos trilhos e só não houve um acidente grave porque o maquinista notou a presença do objeto obstruindo a passagem e parando pouco antes de se chocar com o dormente, um grande pedaço de madeira.
Não muito distante desta região, próximo ao túnel de Botujuru uma verdadeira boca de fumo com usuários de drogas e traficantes funciona ali, sempre com pessoas transitando pela via e as vezes acontecendo casos de furtos de cabos de sinalização ou energia, o que certamente prejudica o atendimento pelo serviço de trens e aumenta o risco de mortes no local.
Em ambos os locais são na maioria das vezes designados para ir ao local somente os seguranças da empresa contratada, que em menor número e desarmados, nada podem fazer para impedir ações deste tipo.
O uso dos AS (Agentes de Segurança da CPTM) conhecido como PFs ou Policiais Ferroviários e da própria Polícia Militar por meio do programa DEJEM, realizado nas estações não é feito. No caso dos Policiais Ferroviários eles acabam por empurrar o seu trabalho para estes vigilantes, ameaçando punir quem se recusar a ir nestes locais com descontos de salário (dia na folha de pagamento) por “falta” e até de demissão. Inclusive isto aconteceu com os vigilantes roubados e agredidos no dia 19.
Ainda é de lembrança de muitos o episódio que aconteceu em 3 de janeiro, quando um trem foi apedrejado, dois carros queimados e fogo colocado nos trilhos, interrompendo o atendimento por pelo menos quatro horas. O motivo na época já era o fechamento da PN perto da subestação de energia elétrica.
Quando houve o fechamento da passagem, a CPTM através de nota disse sobre a passagem de nível, que ela foi fechada para maior segurança de pedestres, funcionários e Passageiro da companhia, o que de fato é verdade, pois a cerca de 100 metros tem a passarela do terminal que da acesso ao outro lado.
“A passagem de nível foi desativada em 28/12 para oferecer mais segurança aos pedestres, passageiros e colaboradores da companhia. A travessia para o outro lado da via se dá pela passarela da Prefeitura, mais segura, que funciona 24 horas e é totalmente acessível – com elevadores e escadas rolantes.”
Matéria: Diário dos Trilhos