Na noite desta terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República ofereceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
No texto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusa formalmente 34 pessoas. Nessa lista está o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado pela PGR como líder de uma organização criminosa e que, segundo o procurador-geral da República, planejou, atuou, teve domínio de forma direta e efetiva em um plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder.
A lista também inclui quatro ex-ministros do governo Bolsonaro, sendo três generais da reserva. Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro à reeleição; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa; e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Na casa de Anderson Torres, aliás, a PF encontrou uma minuta com teor golpista.
O que diz Bolsonaro?
O ex-presidente nega que tenha planejado um golpe de Estado. Em manifestação enviada à imprensa, Bolsonaro disse que “jamais compactuou” com qualquer movimento que visasse um golpe de Estado e que a acusação não apresenta nenhuma mensagem enviada que o incrimine.
A defesa de Bolsonaro disse ainda que a denúncia é “inepta” e contraditória, e baseada apenas na delação de Mauro Cid, seu ex-braço direito. “[Trata-se de] um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso, ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa”, diz a nota.
O texto diz ainda que o ex-presidente “confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá.”





