A Secretaria Estadual de Meio Ambiente autorizou o abate de 40 capivaras em Itatiba após um morador ter morrido por febre maculosa.
A decisão causou descontentamento entre órgãos de proteção animal, que recorreram ao Ministério Público.
A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela, que tem a capivara como hospedeira.
De acordo com o veterinário Paulo Anselmo Felippe, especialista em manejo de capivaras, em entrevista ao G1, a bactéria fica no organismo do animal por cerca de 15 dias e depois nunca mais aparece.
Para ele, a melhor opção seria a castração e a esterilização.
“Porque o sistema imunológico dela se organiza e ela não vai ter mais essa riquetsemia, essa bactéria circulando. Então, ela não infecta novos carrapatos. Sempre que a riquétsia circulou naquela população, você retira os animais e vêm novos, vai acontecer riquetsemia nesses novos, porque eles não tiveram contato anterior com a bactéria”, disse.
No entanto, para a diretora da Secretaria do Meio Ambiente, Vila Geraldi, o argumento do veterinário é inválido.
“Esse é o período de viremia, de amplificação da capivara, depois a capivara fica reagente positiva. Ela fica imune, mas os carrapatos que se alimentaram dela nesse período, eles vão estar lotados da bactéria e vão continuar transferindo, transmitindo pela picada”, afirmou.
A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo afirmou, ainda, que abates de capivaras já foram autorizados em condominios fechados de outros sete municípios. Para a pasta, não é viável transferir os animas de local, pois levaria junto a transmissão da doença.
A medida gerou polêmica e, agora, órgãos de proteção animal esperam que a decisão seja revertida.