A cidade de São Paulo tem cerca de 80 ônibus elétricos zero-quilômetro parados por falta de infraestrutura elétrica prejudicada para recarga das baterias nas garagens, conforme dados da prefeitura.
O prefeito Ricardo Nunes disse em entrevista na última segunda-feira (10), que o problema é da distribuidora de energia Enel. “Ela não faz a ligação de energia para carregar os ônibus.” Por outro lado, a concessionária de energia afirma que todos os contratos com as operadoras que solicitaram soluções de energia estão dentro do prazo para execução de obra, a contar da data de assinatura do acordo entre as partes, o que leva cerca de 120 dias.
A empresa MobiBrasil, com 37 coletivos elétricos novos, estacionados em uma de suas garagens no Jabaquara, zona sul. A viação diz estar com a estrutura pronta, com 18 carregadores, desses, apenas dois são usados atualmente em 13 veículos elétricos que já rodam no transporte público. Para funcionar, os demais precisam passar por obras.
“Se ligarmos todos sem a devida instalação da Enel, cai a energia do Jabaquara”, diz Manoel Barbosa Pereira, gerente operacional da companhia.
Desde outubro de 2022, está em vigor uma medida da SPTrans determinando que não sejam adquiridos mais veículos movidos a combustão para renovação da frota. No entanto, as empresas não conseguem colocar ônibus novos nas ruas, em virtude do veto ao diesel e pela dificuldade de ampliar o uso de veículos elétricos por falta de estrutura, a frota nas garagens envelhece.
Recentemente, a prefeitura ampliou de 10 para 13 anos a vida útil dos ônibus, exatamente pela falta de estrutura para recarga com energia limpa.
Com coletivos cada vez mais velhos, executivos das empresas de ônibus dizem: “Quem sofre lá na ponta é a população, pois carros quebram no trajeto e o número de viagens diminui. O cenário é crítico”, afirma.