A Rede Record foi condenada pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 20 mil por danos morais a um empresário, dono de uma assistência técnica de celulares em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O incidente ocorreu em outubro de 2023, após enchentes que atingiram a cidade.
Durante uma transmissão ao vivo para o programa Balanço Geral, o empresário estava limpando seu estabelecimento com um rodo, tentando amenizar os estragos causados pela enchente, quando pediu para que sua imagem não fosse exibida. Mesmo assim, a emissora continuou a filmá-lo. Irritado, o empresário, que também é pastor, jogou água e lama na direção da repórter Marcela Munhoz.
De acordo com o processo, a repórter teria respondido com uma ofensa, mandando o empresário “tomar no c*”. O gesto foi captado pelas câmeras de segurança do local, que mostram a repórter realizando o xingamento sem som, mas de forma perceptível por meio dos lábios. Na transmissão, o apresentador Eleandro Passaia ainda chamou o empresário de “ignorante”, “estúpido”, “covarde” e “machão”.
Justiça considera conduta desrespeitosa
A juíza Melina de Medeiros Ros, responsável pela decisão, considerou que a Record e seus profissionais cometeram um ato desrespeitoso ao veicular imagens do empresário contra sua vontade, em um momento de vulnerabilidade. Ela destacou que as ofensas em rede nacional ultrapassaram os limites éticos e legais, configurando abuso na liberdade de informação.
A Record e os profissionais envolvidos ainda podem recorrer da decisão. Em defesa, a emissora afirmou que a intenção da reportagem era mostrar os impactos das enchentes em Franco da Rocha, e que o empresário, “nervoso com a situação”, jogou lama de forma agressiva nos pés da repórter. Segundo a Record, a repórter apenas pediu respeito, destacando que estava no local para realizar seu trabalho.
A defesa ainda alegou que as imagens do episódio, anexadas ao processo, demonstram uma conduta profissional e adequada dos envolvidos.





