O tradicional arroz com feijão, símbolo da alimentação brasileira, começa a perder espaço nos pratos do país. Um levantamento da VR, que analisou mais de 5 milhões de notas fiscais emitidas entre 2023 e 2025, apontou que o consumo de macarrão disparou e já se destaca como o novo protagonista nas refeições do brasileiro.
Segundo o estudo, o aumento no consumo de macarrão foi cerca de 14 vezes no período, um crescimento quase 80% superior ao registrado para o arroz e 70% maior que o do feijão. Enquanto os dois alimentos básicos tiveram avanço médio de 8% no mesmo triênio, o macarrão consolidou-se como uma alternativa cada vez mais presente nas casas do país.
Custo-benefício no centro da mudança
A principal razão para essa transformação não está apenas no gosto popular, mas no impacto do preço no bolso do consumidor.
Nos últimos anos, o arroz e o feijão registraram aumentos expressivos de valor, enquanto o macarrão manteve-se como uma opção mais previsível e acessível. De acordo com o levantamento:
- Arroz: chegou a custar até R$ 18 por pacote em 2024;
- Feijão: variou entre R$ 7 e R$ 10 por unidade;
- Macarrão: manteve-se estável, com preço médio entre R$ 4 e R$ 5 ao longo dos três anos analisados.
A alta nos preços dos alimentos básicos — que acumulou cerca de 12,5% entre 2023 e 2024, segundo o IPCA — foi influenciada por fatores como a quebra parcial da safra de arroz no Rio Grande do Sul e o encarecimento dos fertilizantes, impactados pela variação do dólar.
Com isso, o macarrão, além de prático e versátil, tornou-se uma alternativa econômica em tempos de aperto financeiro, marcando uma mudança relevante nos hábitos alimentares dos brasileiros.




