Larissa Oliveira, jovem natural de Francisco Morato e moradora de Jundiaí há cerca de um ano, denunciou nas redes sociais ter sofrido queimaduras graves em diversas partes do corpo após realizar um procedimento de depilação a laser na unidade da clínica Espaço Laser, em Jundiaí, no dia 27 de maio. O relato viralizou e trouxe à tona a falta de preparo de algumas clínicas para lidar com os cuidados específicos exigidos por peles negras.
Segundo Larissa, nenhuma orientação sobre riscos específicos foi dada antes do procedimento. Ela foi submetida ao tratamento no buço, axilas, virilha, partes íntimas e pernas — mas nesta última desistiu após apenas três disparos de teste devido à dor intensa. “Todas as áreas onde o laser encostou foram queimadas”, relatou.
A jovem descreve que, no mesmo dia, sentiu dores intensas, calafrios e mal-estar. Nos dias seguintes, sofreu com o atrito das roupas, teve dificuldade para dormir e precisou adaptar toda sua rotina, incluindo uma viagem já planejada. “Durante a viagem, tive que me preocupar o tempo todo com pomadas, maquiagem para esconder as marcas no rosto, evitar o sol. Foi extremamente frustrante”, disse.
Além do sofrimento físico, Larissa relata que sua autoestima foi abalada. “Hoje, evito sair sem maquiagem, ir à academia ou usar certos tipos de roupa. Passei os 15 dias das minhas férias em casa, pois não posso pegar sol. O planejado era curtir o Rio de Janeiro”, lamentou.
Ela procurou dois dermatologistas particulares e iniciou um tratamento recomendado por uma médica da própria clínica — atendimento feito apenas por telemedicina, mesmo após ela solicitar uma consulta presencial. “Disseram que a dermatologista online era especialista e que, se eu seguisse o tratamento, minha pele se recuperaria em 60 dias. Estou na segunda fase”, afirmou.
Segundo Larissa, a clínica apenas entrou em contato após notar que ela estava muito mal ao sair do procedimento. “Me pediram para voltar, tiraram fotos e me deram uma pomada. Depois disso, recusaram um atendimento presencial e só ofereceram o suporte remoto”, contou.
Ao compartilhar sua experiência nas redes sociais, Larissa disse que não encontrou relatos semelhantes e percebeu que era importante alertar outras mulheres. “Muita gente se deixa levar pelo nome da marca e pela propaganda. Mas antes de qualquer procedimento estético, é preciso buscar informações, recomendações reais e profissionais experientes que saibam lidar com diferentes tipos de pele”, alertou.
A reportagem procurou a unidade da Espaço Laser em Jundiaí (Vila Arens) para esclarecimentos, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.