Uma moradora de Francisco Morato sofreu importunação sexual em um trem da Linha 7-Rubi da CPTM na última quinta-feira (20). A jovem gravou um vídeo do momento em que pede para um homem se afastar de seu corpo, afirmando que ele estava encostando o pênis em seu ombro. Após o suspeito se retirar, a vítima chora .
No relato, a mulher de 20 anos, diz que embarcou por volta das 6h30 na estação Francisco Morato, sentido Rio Grande da Serra, e se sentou em uma das cadeiras do vagão para estudar. Em determinado momento, ela pede desculpas aos demais passageiros e, aparentando estar nervosa, pede para que o homem pare de encostar o pênis em seu ombro.
O homem, que segura uma mochila próxima ao corpo, nega a acusação e chama a vítima de maluca. Em seguida, a jovem informa que estava gravando a cena e pede apoio dos demais passageiros para que o suspeito deixe o vagão.
Após uma breve discussão, o homem sai do vagão na estação Piqueri. Chorando, a jovem recebe apoio de mulheres que estavam próximas e diz que o suspeito aproximou uma das mãos do seu seio.
“Eu estava a caminho de um curso, tinha horário para chegar para uma aula importante, por isso não desci do trem na hora que tudo aconteceu. Mas assim que entrei no ônibus, liguei para o Disque Denúncia da CPTM e para o 190 da Polícia Militar para me certificar de onde eu poderia fazer um boletim de ocorrência. A ligação caiu, mas entrei em contato por mensagem”, detalha.
A jovem moratense conseguiu conversar com um atendente da companhia de trens pelo WhatsApp e deu detalhes do ocorrido, além de enviar o vídeo gravado dentro do trem. Segundo informado à vítima pelo representante da CPTM, a denúncia foi repassada para as equipes de segurança.
“Senti tanta vergonha que hesitei por estações para falar porque não queria incomodar os outros passageiros. Muita gente olhou para mim e revirou os olhos. Estava tão assustada que nem sei como eu falei. Sentia nojo de mim e dele. Me senti humilhada por ele achar que poderia fazer aquilo comigo. Me senti como um lixo para aquele homem”.
Assim que saiu do curso, a mulher procurou a delegacia mais próxima para realizar o boletim de ocorrência. Ela relata que, embora tenha sido bem atendida, o tempo de espera foi longo e os policiais afirmaram que, “como foi só assédio, sem que o suspeito tenha agredido ou ejaculado”, ela poderia fazer o boletim on-line.
Ainda segundo a mulher, desde o dia do episódio ela está tendo crises de pânico e não conseguiu voltar para a cidade onde reside.
O caso foi registrado no 27º Departamento de Polícia Dr. Ignácio Francisco, no Campo Belo, São Paulo.
Por telefone, a CPTM afirmou ao Cidade Repórter que a orientação é para que as vítimas façam o boletim de ocorrência para que o caso seja investigado. A redação enviou outros questionamentos sobre o protocolo de atendimento às vítimas de importunação sexual dentro dos vagões, além de ações adotadas para coibir novos casos, mas ainda não recebeu resposta. A publicação permanece aberta e será atualizada assim que a companhia se manifestar.





