Desde a desativação oficial da Linha 710 da CPTM, na última quinta-feira (28), a estação Palmeiras-Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, enfrenta caos e superlotação nos horários de pico. O fim do serviço, que integrava diretamente as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, obrigou passageiros a realizar novas baldeações, aumentando o tempo de trajeto e gerando críticas à reorganização do transporte ferroviário.
De acordo com registros do Bom Dia SP, plataformas, escadas e trens têm ficado lotados desde a mudança, atrasando tanto a chegada ao trabalho quanto o retorno para casa. A situação é agravada pelo bloqueio de duas escadas de acesso às plataformas, que estão interditadas para obras.
A estação, que já recebia a Linha 3-Vermelha do Metrô e o Expresso Aeroporto da CPTM, passou a concentrar ainda mais passageiros ao receber também usuários das linhas 11-Coral e de concessionárias privadas, como a ViaMobilidade. O governo de São Paulo pretende transformar o local em um “hub ferroviário”, mas usuários classificam a alteração como uma “regressão” no sistema.
“Moro em Francisco Morato. Antes eu ia direto até a Luz, agora tenho que descer na Barra Funda e pegar outro trem. Está tudo lotado, vou gastar pelo menos meia hora a mais por dia”, disse o porteiro Fábio do Nascimento. Já a estudante de Psicologia Carla Gaia relatou que terá de acordar mais cedo para chegar no estágio: “Meu trajeto ficou 25 minutos mais longo”.
As queixas também partem de passageiros que seguem para a Rodoviária do Tietê. Antes, o desembarque na estação da Luz permitia conexão direta pelo Metrô; agora, o trajeto exige uma ou duas baldeações adicionais.
Com o fim da Linha 710, os usuários da 7-Rubi perderam conexões diretas com as linhas 1-Azul, 2-Verde, 4-Amarela e 12-Safira. Hoje, a única integração possível é na própria Barra Funda, o que, segundo passageiros, concentra a demanda e compromete a eficiência do sistema.