A Escola Técnica Estadual (Etec) de Francisco Morato encontra-se em greve junto com as demais unidades do estado de SP, com o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (SINTEPS), que representa os profissionais da instituição. A adesão à greve atingiu um patamar significativo, com um início de 80% de adesão geral, alcançando até 100% de apoio em algumas unidades.
O SINTEPS orienta os professores que não aderiram à greve a continuarem em sala de aula junto aos alunos, e a coordenação da Etec poderá estabelecer um horário especial para as aulas. Conforme previsto em lei, as aulas dos professores em greve não podem ser ocupadas por substitutos, e os docentes têm o direito de realizar reposição posterior das aulas, mas seria uma organização da escola não do sindicato.
O SINTEPS, representando os professores e colaboradores da Etec, vem buscando diálogo com o governo desde o início do ano letivo, com o intuito de apresentar suas reivindicações e discutir melhorias para a educação técnica. Entretanto, todas as tentativas realizadas até o momento não resultaram em um encontro com os representantes governamentais.
A greve tem como base quatro pontos fundamentais de pauta:
1. Reajuste Salarial:*lO sindicato reivindica um aumento salarial maior do que os 6% concedidos pelo governo, os quais não conseguem repor sequer a inflação do ano anterior. Ressalta-se que, apesar das alegadas limitações financeiras, o governo concedeu um aumento de 34% para a segurança pública.
2. Não à Precarização do Ensino Técnico:A Etec manifesta sua preocupação em relação à proposta de criação de ensino técnico na rede regular estadual sem a devida contratação de pessoal com formação adequada. Além disso, o sindicato defende a importância de que a gestão do ensino técnico permaneça sob responsabilidade do Centro Paula Souza, que possui décadas de experiência na administração do ensino técnico no estado.
3. Revisão de Carreira:Outra reivindicação é a revisão da carreira dos professores. O sindicato destaca a disparidade salarial entre os professores determinados, que possuem contrato temporário, e os efetivos. Também há a preocupação com a demora para que professores com formação extra, como mestrado e doutorado, tenham seu salário adequado à qualificação, muitas vezes aguardando de 6 a 12 anos para tal reconhecimento.
4. Aumento Real no Vale Alimentação:O sindicato destaca a insuficiência do aumento no vale alimentação, que não se traduziu em melhoria efetiva para os professores. Cabe mencionar que nem todos os profissionais têm acesso a esse benefício.