O Sistema Cantareira entra oficialmente no Período Úmido — de 1º de dezembro a 31 de maio de 2026 — ainda enquadrado na Faixa 4, de Restrição, conforme comunicado da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e da SP Águas. A permanência nessa classificação segue as diretrizes da Resolução Conjunta nº 925/2017, que estabelece regras para operação em cenários críticos.
Levantamento de 28 de novembro de 2025 mostra que o conjunto de reservatórios opera com apenas 21,27% do volume útil, sem sinais de recuperação ao longo do mês. Mesmo sob restrição, a Sabesp está autorizada a manter a retirada de até 23 m³/s, de acordo com os limites definidos na norma.
Durante o período chuvoso, a água destinada às bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) será liberada pela Sabesp, seguindo orientações da SP Águas. As regras operacionais oferecem maior flexibilidade para ajustar as vazões nos pontos de controle previstos na resolução.
Como forma de mitigar a baixa do sistema, continuará em vigor a transposição do reservatório da Usina Hidrelétrica de Jaguari, no Paraíba do Sul, para o reservatório de Atibainha. Atualmente, está autorizada a transferência de 7,6 m³/s, volume adicional que complementa a captação direta do Cantareira.
As agências reguladoras recomendam que a Sabesp mantenha medidas operacionais alinhadas ao novo modelo regulatório em consulta pública pela Arsesp e reforçam a importância de que todos os usuários contribuam para resguardar os volumes disponíveis.
Gestão conjunta e acompanhamento constante
Desde a crise hídrica de 2014 e 2015, o Cantareira passou a ser administrado sob regras mais rigorosas, que determinam a quantidade máxima de retirada conforme o volume acumulado. A ANA e a SP Águas compartilham a gestão do sistema e realizam monitoramento diário dos níveis, vazões e armazenamento para embasar as decisões operacionais.
Relevância estratégica do Cantareira
Responsável pelo abastecimento de cerca de metade da Região Metropolitana de São Paulo e por parte das cidades da bacia PCJ, entre elas Campinas, o Cantareira é formado pelos reservatórios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro. Juntos, têm capacidade total de 981,56 bilhões de litros. Desde 2018, o sistema conta com a interligação entre as represas Jaguari (rio Paraíba do Sul) e Atibainha, reforçando a segurança hídrica regional.
Apesar de todos os reservatórios estarem em território paulista, parte significativa da água que abastece o sistema tem origem em cursos d’água que passam por Minas Gerais, o que torna indispensável o modelo de gestão integrada. Segundo as agências, o arranjo vigente segue adequado, e o monitoramento constante continuará norteando possíveis ajustes na operação.






