São Paulo deve encerrar agosto com um dos índices de chuva mais baixos das últimas décadas. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), o acumulado no mês foi de apenas 13,5 milímetros — menos da metade da média histórica de 30,2 mm. A última vez que a capital registrou cenário semelhante foi em 2020.
A estiagem já reflete diretamente no Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de quase metade da população da Grande São Paulo. Atualmente, o reservatório opera com 34,6% da capacidade, patamar considerado de alerta. A partir de 1º de setembro, o sistema passará oficialmente a integrar a “Faixa 3 – Alerta”, conforme determinação da Agência Nacional de Águas (ANA).
Para conter os impactos, o governo paulista e a Sabesp anunciaram medidas emergenciais. Entre elas estão a redução da retirada de água do Cantareira — de 31 m³/s para 27 m³/s — e a diminuição da pressão na rede de distribuição, todos os dias, das 21h às 5h. Segundo a companhia, a medida é preventiva, temporária e não tem prazo para ser encerrada.
Além da escassez de chuvas, as temperaturas de agosto também ficaram abaixo da média. A capital registrou mínimas de 12,4°C e máximas de 23°C, contra os históricos 13,4°C e 24,3°C. A previsão para os próximos dias indica continuidade do tempo seco, com calor mais intenso e baixa umidade.
O Cantareira também é fundamental para cidades das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Se o nível do sistema cair abaixo de 30%, será acionada a faixa de restrição; já abaixo de 20%, a região entra em estado de emergência.
A Sabesp reforça o pedido de uso consciente da água e lembra que imóveis com caixa-d’água tendem a sofrer menos com os efeitos da redução de pressão no abastecimento.





