O moratense Bruno César Vieira de 28 anos, passou por uma situação complicada em um supermercado no centro da cidade na noite do último dia 07 de Janeiro. Bruno tinha acabado de chegar do trabalho por volta das 21h, e foi até o Supermercado Federzoni, em frente a estação para procurar algo para jantar.
Ao entrar no mercado, Bruno contou em seu relato no Facebook, que um segurança o seguio, ficando bem próximo dele, observando ele atentamente próximo ao horti-fruti. Logo depois Bruno foi até o açougue, achou caro os produtos e foi até a sessão dos congelados, em seguida ele se dirigiu a saída do mercado com medo dos seguranças.
Ao se aproximar da saída, Bruno conta que observou um segundo segurança o encarando. Ao passar pela porta, Bruno escutou o segurança falar: “Ele saiu”, ao estar na calçada o segurança ainda ficou olhando ele se afastar.
Revoltado com a marcação dos seguranças, Bruno fez um desabafo em seu perfil do Facebook, onde tem gerado grande repercussão e revolta de amigos e familiares.
O Cidade Repórter entrou em contato com Bruno, é ele nos contou que essa foi a segunda vez na mesma semana que seguranças desse mercado ficaram seguindo e olhando para ele no estabelecimento.
“É o principal mercado de Morato né, não deve ter um moratense que nunca frequentou lá. Em dezembro pra você ter uma ideia, fiz uma compra de 500 reais nesse mesmo mercado.
Como preto, to costumado com esses olhares, de ser seguido e tal. A gente tem que aprender a lidar com isso pra manter a saúde mental. Eu tinha ido na segunda no mercado e tambem fui seguido, e foi por isso que eu resolvi expor o ocorrido ontem, porque o mesmo segurança me seguiu 2 vezes na mesma semana, quis expor a atitude do mercado”, conta Bruno indignado.
Ele ainda escreveu que saiu do mercado com medo dos seguranças fazerem algo contra ele: “resolvi sair do mercado com medo de ser espancado até a morte por um grupo de seguranças do mercado”.
Depois disso, Bruno foi até um açougue, também no centro da cidade onde foi recebido normalmente.
O Cidade Repórter entrou em contato com Supermercado Federzoni, que nos emitiu a seguinte nota sobre o relato de Bruno:
“O Supermercado Federzoni, ciente do ocorrido na data de ontem com o Sr. Bruno Vieira, vem por meio desta nota reafirmar o seu compromisso com o enfrentamento e o combate a todos os modos de discriminação.
Infelizmente, nunca saberemos o que levou ao colaborador da empresa contratada para a segurança de nosso estabelecimento, a tal conduta, mas temos a certeza que esta prática não reflete a política e a cultura do Supermercado Federzoni.
Pelo contrário, o nosso estabelecimento tem como alicerce a diversidade e a pluralidade, sempre buscando tornar o ambiente seguro e agradável para todos e todas.
Prova disto, é a diversidade do nosso quadro de excelentes colaboradores, em todos os níveis e cargos, sem discriminação de gênero, raça, orientação sexual, religião e etc., basta uma visita à loja para notar que possuímos uma vasta pluralidade em todos os níveis hierárquicos.
Por este motivo, lamentamos profundamente que o Sr. Bruno tenha se sentido mal em relação a conduta deste colaborador.
No mais, informamos que o colaborador da empresa prestadora de serviços de segurança em questão, não prestará mais serviços em nosso estabelecimento e, para que não ocorra novamente, exigimos da empresa prestadora de serviços de segurança a capacitação e treinamento de todos os colaboradores para que se adequem aos nossos valores.
Informamos ainda, que temos excelentes gerentes de plantão durante todo o período em que estamos abertos, portanto qualquer dúvida, sugestão ou inconveniente, não hesitem em contatá-las, todas as gerentes são capacitadas para resolver qualquer questão.
Quanto aos pormenores da ocasião em específica, estão sendo tratados junto ao Sr. Bruno.
Nosso prazer é em servi-los com igualdade e empatia.”
Depois que o Cidade Repórter solicitou o esclarecimento, membros da equipe do mercado ligaram para Bruno pedindo desculpas pelo ocorrido. Bruno comentou a nota: “espero que eles entendam a gravidade do acontencido, e que tomem atitudes reais para que nunca mais aconteça comigo e com qualquer outro preto que pisar ali”.
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