A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria Geral da União (CGU), realizou nesta terça-feira (3) a Operação Quarto Elemento, uma investigação sobre desvios de recursos públicos destinados à Saúde. A operação apura irregularidades em contratos firmados entre a Prefeitura de São João da Boa Vista e uma organização social, envolvendo valores que ultrapassam os R$ 50 milhões, incluindo R$ 14 milhões em recursos federais.
Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades de São Paulo, incluindo Franco da Rocha e Mairiporã. Apesar de não serem alvos principais da investigação, os mandados nessas localidades foram direcionados a pessoas físicas e jurídicas com possível conexão com o esquema. Outras cidades, como Bragança Paulista, Mogi das Cruzes, Santo André e São João da Boa Vista, também foram incluídas na ação.
O esquema investigado
De acordo com as investigações, o esquema envolvia a subcontratação de empresas pela organização social responsável pela gestão de unidades de saúde, com indícios de desvios de recursos públicos. Transferências de grandes somas foram identificadas das contas da organização social para o principal investigado, seus familiares e pessoas próximas, que figuravam como sócios ou empregados de empresas subcontratadas.
Além disso, a PF e a CGU apuram práticas de lavagem de dinheiro relacionadas à aquisição de veículos de luxo e imóveis de alto padrão em nome de parentes do líder do esquema.
Franco da Rocha e Mairiporã no contexto da operação
Os mandados de busca e apreensão realizados em Franco da Rocha e Mairiporã são parte da estratégia da investigação, que busca ampliar a coleta de provas sobre o esquema. Essas cidades, assim como outras mencionadas, serviram como base para pessoas ou empresas supostamente envolvidas.
Medidas judiciais e desdobramentos
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região autorizou, além dos mandados de busca, o bloqueio de bens e valores no montante de R$ 20 milhões e a prisão temporária do principal investigado, que atualmente reside em Portugal e ostenta um alto padrão de vida nas redes sociais.
Os envolvidos poderão responder por crimes como organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem ultrapassar 35 anos de prisão.
A operação reforça a importância do controle e fiscalização no uso de recursos públicos, incluindo nas cidades onde mandados foram cumpridos, como Franco da Rocha e Mairiporã, reafirmando a necessidade de transparência e rigor na gestão pública.





